sexta-feira, 28 de maio de 2010

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12:55
28/05/2010

Primeiro-ministro turco defende eliminação de armas nucleares

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro- O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, voltou a condenar os países que detêm armas nucleares e alertou para necessidade da eliminação desses arsenais para que a paz na humanidade seja alcançada.

Ao discursar hoje (28) na abertura do 3º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, ele classificou de intolerantes e desumanos quem promoveu os atos de terrorismo em Nova York, Londres e Madri. Mas enfatizou que também foi desumano responsabilizar os muçulmanos pelos ataques.

“É errado caracterizar o Islã e os membros dessa religião como terrorismo. Acho que o sentido de igualdade deve fazer parte das relações internacionais e que o conceito de segurança não pode ser diferente no mundo. Claro que choramos pelas crianças mortas pelos conflitos no Afeganistão, em Gaza, mas também choramos por aquelas que morreram nos terremotos do Chile e do Haiti”, destacou.

No discurso, Erdogan convocou todos os 100 países-membros da Aliança das Civilizações a serem protagonistas na luta por soluções contra a pobreza, o terrorismo, as armas nucleares, as doenças contagiosas e o tráfico humano e de drogas. “Nosso objetivo é buscar um mundo de solidariedade”, ressaltou o primeiro-ministro.

Edição: Juliana Andrade

terça-feira, 18 de maio de 2010

http://featuresblogs.chicagotribune.com/features_julieshealthclub/2010/05/study-common-pesticides-linked-to-adhd.html

May 17, 2010

Study: Common pesticides linked to ADHD

Berries-a Another reason to consider organic

Past studies linking pesticide exposure to behavioral problems and poor mental development generally focus on high levels of exposure. But pesticide exposure at levels commonly found in a child’s environment may contribute to the development of attention deficit disorder, according to a study published in the June issue of the journal Pediatrics.

The food supply is the major source of pesticide exposure for infants and children, according to the National Academy of Sciences. Frozen blueberries, strawberries and celery, for example, have been found to contain detectable levels of the pesticide organophosphate malathion, one of about 40 organophosphate pesticides registered in the U.S., according to the study.

In the Pediatrics study, the researchers measured pesticide levels in urine samples in 1,139 children between the ages of 8 and 15. After controlling for other factors, such as socioeconomic status, sex, and age, they found that the higher the concentration of organophosphates, the higher the risk of ADHD in children.

Still, the analysis had limitations. The urine was collected at just one point in time; the data set didn’t include long-term follow up assessments. Taking urine samples over a longer period of time would provide a better assessment of average exposure, the researchers wrote.

But they also said that since organophosphates are eliminated from the body after three to six days, the detection of the metabolites in the urine likely means continuing exposure.

It's also possible that children with ADHD engage in behaviors that expose them to higher levels of organophosphates. But if that were the case, the researchers noted, the children would have had higher levels of all metabolites in their urine, which was not the case.

“Because it’s an observational study, we can only talk about association; we can’t say it’s causal,” said Maryse Bouchard, a researcher in the department of environmental and occupational health at the University of Montreal and at the Hospital Sainte-Justine for Children. “But at least it’s biologically plausible and the effect is strong. I would really like to see the findings duplicated.”

Until then, Bouchard recommends buying more organic fruits and vegetables and purchasing at farmer’s markets, where you can talk to the farmer about pesticide use. Carefully washing fruits and vegetables can also reduce exposure, Bouchard said.

Children are also exposed through through lawn and garden chemicals, lice treatments (Lindane), and home use of pesticides purchased at the corner store, said Rachel Lerner Rosenberg, executive director of the Safer Pest Control Project.

Rosenberg advocates reducing all pesticide exposure whenever possible because "the scientific data on the long term effects of pesticide exposures are unknown," she said. While the Environmental Protection Agency measures levels of risk for each pesticide, "the pesticides are tested on 170-pound men, not children," said Rosenberg.

http://www.sul21.com.br/index.php/colunistas/Paulo-Abro

Paulo Abrão

As relações entre a Política e o Direito são íntimas. No ato de criação das leis a relação entre eles é insuprimível e no momento da sua interpretação-aplicação pelos tribunais uma separação é institucionalmente possível. Por isso, são recorrentes algumas tensões e o debate sobre a lei de anistia é um exemplo privilegiado para compreendê-las.

O STF declarou válida a interpretação de que há uma anistia bilateral na lei de 1979, reeditada na EC 26/85, denominada convocatória da constituinte. Afirmou que se trata de um acordo político fundante da Constituição Democrática de 1988 e que somente o Poder Legislativo pode revê-lo.

Em primeira análise, parece que o efeito prático é o de que o Supremo “apenas” negou o direito à proteção judicial para as vítimas da ditadura. A decisão, no entanto, incorre em outros efeitos para a democracia e que merecem ser debatidos:

1. Afirmou que a atribuição do Congresso em matéria de anistia é ilimitada e não fica submetida a qualquer outro poder, sequer ao crivo da Justiça. Lesionou-se o princípio fundamental da independência do juiz no Estado de Direito.

2. Autorizou que possíveis acordos políticos tenham o condão de afastar o império da lei e as garantias às liberdades individuais. Regredindo ao medievo, entendeu que a soberania não está limitada pelo direito e que a democracia pode ser forjada sem um compromisso com os direitos humanos. Dissociou-se democracia e direitos humanos no Brasil.

3. Promoveu uma equivalência descabida entre os atos dos torturadores e dos torturados, compreendendo que a anistia deve ser necessariamente mútua. Conectou a tortura com o crime político, admitindo seu uso legítimo para os fins de repressão política, sem cogitar nenhum juízo de valor ou de correspondência entre meio e fins. Apregoou-se uma ética utilitarista e desvalorizou-se o direito de resistência aos regimes autoritários.

4. Desconheceu o conceito de crimes de lesa-humanidade, um rol delimitado de atos contrários aos direitos humanos inadmissíveis em nenhuma hipótese e, por isso, impassíveis de anistia e imprescritíveis. Ignorou-se o direito internacional como fonte do direito e absteve-se de impor um limite ético mínimo para as relações humanas, desalinhando o Brasil da melhor tradição ética ocidental, desde Nuremberg.

5. Compreendeu o movimento social histórico de reivindicação pela anistia ampla, geral e irrestrita nas ruas, como um apelo ao esquecimento e ao perdão aos torturadores. Fez-se uso político da memória e incorreu em perigoso revisionismo histórico.

6. Defendeu que um acordo político teria sido amplamente negociado entre as partes legítimas para fazê-lo: militares e civis. Reconheceu os militares golpistas como sujeitos legítimos para celebrar “acordo” com a sociedade civil reprimida. Tratou-os como se o ambiente político e jurídico da época fosse idêntico ao de um Estado de Direito. Legitimou-se a ditadura militar.

7. Declarou que a “anistia bilateral” da EC/26 é o sustentáculo histórico e constitutivo da Constituição democrática. Inesperadamente, concebeu a democracia brasileira como possível e originária não de um poder constituinte soberano, mas da impunidade e da injustiça. A tortura e a negação da justiça para parcela da sociedade tornaram-se os fundamentos de nossa ordem democrática.

8. Formalizou uma regra de ouro para o autoritarismo: “Ditadores do futuro, não se esqueçam: antes de abandonarem seus regimes despóticos, aprovem uma lei de auto-anistia e tudo estará bem”. Preocupou-se em afirmar a ditadura ao invés da democracia.

No julgamento da lei de anistia brasileira, o direito não teve uma força civilizatória suficiente para promover o que há de melhor na política: a garantia das liberdades democráticas públicas, contra todas as formas de autoritarismos, seja de esquerda ou de direita, para o presente e para o futuro. O STF tomou uma decisão política. Desde então, não se pode mais dizer que se vive sob uma impunidade histórica imposta pelos ditadores militares. O cenário se alterou. Na Lei de anistia, parte dos ministros do Supremo, em plena democracia, agregou a suas assinaturas logo abaixo a assinatura dos generais ditadores. É a suprema impunidade.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

http://www.lemonde.fr/planete/article/2010/05/12/l-europe-s-alarme-de-l-explosion-du-cout-du-reacteur-a-fusion-nucleaire-iter_1350274_3244.html#ens_id=1350297

L'Europe s'alarme de l'explosion du coût du réacteur à fusion nucléaire ITER


Saint-Paul-lès-Durance (Bouches-du-Rhône), envoyé spécial

Qui va payer ? C'est une question à 15 milliards d'euros, peut-être davantage : le prix – réactualisé – du réacteur à fusion nucléaire ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) de Saint-Paul-lès-Durance (Bouches-du-Rhône), près du centre atomique de Cadarache.

A l'inverse de la fission nucléaire mise en œuvre dans les réacteurs actuels, où l'énergie est tirée de la cassure de noyaux d'uranium, l'énergie de fusion, réaction qui se produit spontanément dans le cœur des étoiles, est issue de la combinaison de noyaux d'isotopes de l'hydrogène (deutérium et tritium).

Cela nécessite de chauffer un plasma de gaz à plus de 100 millions de degrés et de le confiner par des champs magnétiques dans une chambre sous vide en forme de tore, appelée "tokamak".

Des matériaux suffisamment résistants restent à concevoir. ITER doit produire 500 mégawatts de puissance pendant 400 secondes.

A l'origine, son coût était chiffré à 4,6milliards d'euros pour les dix ans de construction: 45 % à la charge de l'Europe et 9 % à celle de chacun des six autres partenaires (Chine, Corée du Sud, Etats-Unis, Inde, Japon et Russie). A quoi s'ajoutent 4,8 milliards d'euros pour les vingt ans d'exploitation. Mais le budget explose, en raison de l'évolution de la conception du réacteur et du renchérissement des matériaux.

La contribution de l'Europe (via Euratom) à la phase de construction, fixée au départ à 2,7 milliards d'euros, atteindra 7,2 milliards d'euros : un surcoût de 4,5 milliards d'euros, dont 1,4 milliard à trouver en 2012 et 2013. Quant à la quote-part des partenaires étrangers, difficile à évaluer parce que fournie en nature (matériels et composants), elle va, elle aussi, grimper. La Commission européenne vient de demander que le Conseil et le Parlement "se saisissent d'urgence de cette question". Elle ne voit que deux solutions : un financement complémentaire par les Etats membres, ou une augmentation de l'effort communautaire. Une gageure, dans le contexte économique actuel.

UNE ESPLANADE DE TERRE OCRE

Pour l'heure, le site n'est qu'une esplanade de terre ocre gagnée sur la garrigue, au bord de la Durance. Une plate-forme nue de 40 hectares, dont le nivellement a nécessité le déblaiement de plus de 2millions de mètres cubes de matériaux : l'équivalent de la pyramide de Khéops. Le réacteur, dont l'assemblage doit commencer cet été, ne sera pas moins imposant : un colosse haut de 60 mètres, pesant 23 000 tonnes, dont 8 000 tonnes pour le cœur de la machine, soit autant que la tour Eiffel.

Tout est ici gigantesque, à l'image de la route à grand gabarit aménagée au sud du Lubéron, pour permettre le transit, depuis le port de Fos-sur-Mer, des 300 convois exceptionnels qui, pendant cinq ans, achemineront les pièces du réacteur.

C'est à ces conditions, disent les promoteurs du projet, que l'homme peut espérer, un jour, maîtriser les réactions de fusion thermonucléaire qui s'opèrent dans le cœur du Soleil. Et disposer ainsi d'une énergie presque inépuisable. "Rêve prométhéen", "chantier pharaonique", rétorquent ses détracteurs. A commencer par les écologistes, qui ont décidé de faire d'ITER… un moteur pour le développement des énergies vertes. Celles-ci vont connaître, sous le soleil de la Provence, un essor inespéré, bien avant que la fusion ne produise ses premiers watts.

"ITER EST DÉCONNECTÉ DE L'URGENCE CLIMATIQUE"

Car ITER est une installation expérimentale, dont la mission n'est pas de produire de l'électricité, mais de démontrer "la faisabilité de la fusion". Son démarrage, naguère annoncé pour 2015, a été repoussé à l'automne 2019. Mais il faudra d'abord tester la machine et les premières réactions de fusion ne sont pas programmées avant 2026. Si tout va bien lui succédera, vers 2040, un réacteur de démonstration conçu, lui, pour générer de l'électricité. Ce n'est qu'autour de 2060 que pourrait voir le jour un prototype industriel, pour un éventuel déploiement de la filière à la fin du siècle.

Cet horizon lointain ne tempère pas l'ardeur des 460 permanents déjà présents sur le site. "C'est un projet enthousiasmant, fruit de plus de cinquante ans de recherche", défend le Japonais Kaname Ikeda, directeur général d'ITER. "La France a tenu tous ses engagements, pour en faire un vrai succès", ajoute Jérôme Pamela, directeur d'ITER-France.

Les écologistes sont moins emballés. "Nous ne sommes pas opposés à la recherche fondamentale. Mais ITER est déconnecté de l'urgence climatique et énergétique. Les collectivités territoriales ont d'autres priorités", plaide Laurence Vichnievsky, tête de liste d'Europe Ecologie aux régionales en Provence-Alpes-Côte d'Azur (PACA). Ils ont donc "verdi" le projet, en passant un accord avec la majorité socialiste de Michel Vauzelle.

La région s'était engagée à investir 152 millions d'euros dans ITER: 70 millions dans la machine et le reste dans divers équipements. Lors de la précédente mandature, les Verts avaient obtenu, pour un programme baptisé Alter-ITER, que pour un euro affecté au réacteur, un euro le soit aux énergies durables et à la maîtrise de l'énergie, soit 70 millions d'euros.

DES PANNEAUX SOLAIRES SUR LES TOITS DES LYCÉES

Pour la nouvelle mandature, les accords entre socialistes et écologistes prévoient, outre la poursuite de ce programme, une enveloppe de 60 millions d'euros destinée à l'isolation thermique des bâtiments. Et l'exécutif "n'accompagnera en aucune manière un éventuel surcoût de la machine", prévoit l'accord.

La région PACA qui, malgré son ensoleillement, se classait en 2004 en vingtième position pour l'équipement photovoltaïque, s'est depuis hissée aux premiers rangs, avec un plan de pose de 100 000 m2 de panneaux solaires sur les toits des lycées. Une quarantaine de chaufferies à bois ont été créées. Une cinquantaine de centres culturels subventionnés pour l'amélioration de leurs performances environnementales. Une centaine de gîtes labellisés pour leur "éco-démarche". Des programmes de maîtrise de l'énergie soutenus dans l'industrie, l'agriculture et le tourisme. Des formations lancées avec les entreprises artisanales et les centres d'apprentissage.

De plus, 30 000 chèques énergies renouvelables ont été distribués à des particuliers pour l'acquisition de chauffe-eau solaires et de chaudières à bois. Des centaines d'emplois créés sur des postes de maîtrise de l'énergie ou d'animation de réseaux. "En six ans, le budget énergie de la région a été multiplié par six", se félicitent les écologistes.
Même sans ITER, "le développement des alternatives énergétiques était une volonté politique", assure Christophe Castaner, vice-président (PS) du conseil régional. Mais, complète Annick Delhaye, vice-présidente (Verts), grâce à lui, "elles ont été boostées dans tous les secteurs". Un premier succès – paradoxal – pour la fusion.

Pierre Le Hir
Article paru dans l'édition du 13.05.10

segunda-feira, 10 de maio de 2010

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/05/100510_naturezaeconomiaebc.shtml


Meio Ambiente
Perda de biodiversidade já ameaça economia, diz ONU
Corais

Corais estariam entre os ecossistemas mais ameaçados de extinção

A destruição de ecossistemas da Terra deve começar a afetar economias de vários países nos próximos anos, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta segunda-feira.

O Terceiro Panorama Global de Biodiversidade (Global Biodiversity Outlook ou GBO-3, na sigla em inglês) afirma que vários ecossistemas podem estar próximos de sofrer mudanças irreversíveis, tornando-se cada vez menos úteis à humanidade.

Entre estas mudanças, segundo o relatório da ONU estariam o desaparecimento rápido de florestas, a proliferação de algas em rios e a morte generalizada de corais.

Até o momento, a ONU calculou que a perda anual de florestas custa entre US$ 2 trilhões e US$ 5 trilhões, um número muito maior que os prejuízos causados pela recente crise econômica mundial.

O cálculo foi feito com base nos valores estipulados em um projeto chamado Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (EEB) para serviços prestados pela natureza, como a purificação da água e do ar, a proteção de regiões litorâneas de tempestades e a manutenção da natureza para o ecoturismo.

"Muitas economias continuam cegas ao enorme valor da diversidade de animais, plantas e outras formas de vida e ao seu papel no funcionamento de ecossistemas saudáveis", disse o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner.

"A humanidade criou a ilusão de que, de alguma forma, é possível se virar sem biodiversidade, ou de que isso é periférico no mundo contemporâneo", disse ele.

"Na verdade, precisamos dela mais do que nunca em um planeta com seis bilhões de pessoas indo a nove bilhões em 2050."

Segundo a ONU, quanto maior for a degradação dos ecossistemas, maior será o risco de que elas percam grande parte de sua utilidade prática para o homem.

Exemplo brasileiro

A Amazônia é citada como um dos ecossistemas ameaçados de atingir o chamado "ponto sem volta", mesmo com a recente diminuição nas taxas de desmatamento e com o plano de redução do desmatamento, que prevê a redução de 80% até 2020 em relação à média registrada entre 96 e 2005.

O relatório da ONU cita um estudo coordenado pelo Banco Mundial que afirma que se a Amazônia perder 20% de sua cobertura original, em 2025, certas partes da floresta entrariam em um ciclo de desaparecimento agravado por problemas como mudanças climáticas, queimadas e incêndios.

O relatório ressalta que o plano brasileiro deixaria o desmatamento acumulado muito próximo de 20% da cobertura original.

No entanto, o Brasil também é citado como exemplo no que diz respeito à criação de áreas de proteção ambiental.

"Alguns poucos países tiveram uma contribuição desproporcional para a expansão da rede global de áreas protegidas (que, segundo o relatório cresceu 57%): dos 700 mil quilômetros quadrados transformados em áreas de proteção desde 2003, quase três quartos ficam no Brasil, em grande parte, resultado do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa)."

Na Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD, na sigla em inglês), no mês passado, cientistas afirmaram que os governos nacionais não conseguiriam respeitar as suas metas de redução da perda de biodiversidade até 2010.

"Não são boas notícias", disse o secretário-executivo da CBD, Ahmed Djoglaf.

"Continuamos a perder biodiversidade em um ritmo nunca visto antes na História. As taxas de extinção podem estar até mil vezes acima da taxa histórica."

Metas fracassadas

A ONU diz ainda que a variedade de vertebrados no planeta – uma categoria que abrange mamíferos, répteis, pássaros, anfíbios e peixes – caiu cerca de um terço entre 1970 e 2006.

A meta de redução de perda de biodiversidade foi acertada durante uma reunião em Johanesburgo, na África do Sul, em 2002. No entanto, já se sabia que seria difícil mantê-la.

A surpresa do relatório GBO-3 é que outras 21 metas subsidiárias tampouco serão cumpridas globalmente.

Entre elas, estão a redução da perda e degradação de habitats, a proteção de pelo menos 10% das regiões ecológicas do planeta, controle da disseminação de espécies invasivas e a prevenção de extinção de espécies devido ao comércio internacional.

Uma sinal claro do fracasso registrado no relatório é que nenhum dos países envolvidos conseguirá atingir todas as metas até o fim do ano.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/05/10/brasil,i=191435/BRASIL+FABRICOU+BOMBAS+QUE+O+GOVERNO+DO+SRI+LANKA+USOU+EM+MASSACRE+CONDENADO+PELA+ONU.shtml
Brasil fabricou bombas que o governo do Sri Lanka usou em massacre condenado pela ONU
Munição nacional abastece quase metade das nações com conflitos étnicos e religiosos

Publicação: 10/05/2010 08:30

Solano Nascimento

No fim de 2008 e no primeiro semestre do ano passado, as Forças Armadas do Sri Lanka realizaram a ofensiva final e mais sangrenta contra os separatistas tâmeis do Norte do país, produzindo o que organizações internacionais consideraram uma das maiores crises humanitárias de 2009. Por conta do ataque, o governo do Sri Lanka foi acusado pela Organização das Nações Unidas (ONU) de cometer crime de guerra e violar direitos humanos. “Os aviões chegavam jogando bombas, e nós corríamos para os abrigos”, conta Karmenkam Thaviththra, uma adolescente franzina e tímida, de 14 anos, que morava em Kilinochchi, cidade semidestruída pelos bombardeios, e hoje vive em um acampamento para refugiados. “A gente caminhava entre os corpos, alguns sem mãos, outros sem cabeça.” O Brasil contribuiu para a tragédia.

Em janeiro do ano passado, 116 toneladas de bombas brasileiras foram vendidas para a Força Aérea do Sri Lanka. Feitas em aço forjado, carregadas de explosivos e com peso variando de pouco mais de 100kg até uma tonelada, essas bombas têm o poder de destruição ampliado pela presença de duas espoletas, o que garante duas explosões. Cruzamento feito pelo Correio entre dados oficiais das exportações e mapas mundiais de conflitos étnicos e religiosos mostra que a venda não foi uma exceção. Nos últimos 10 anos, o Brasil exportou, por U$ 17,8 milhões, um total de 777 toneladas de bombas, foguetes, mísseis e outros tipos de munição para países nos quais esses embates armados já mataram 1,3 milhão de pessoas.

Das 18 nações que no ano passado registraram os conflitos, sete são abastecidas por empresas brasileiras, que precisam de autorização do governo para fazer essas exportações. Questionado pela reportagem sobre o destino das bombas compradas do Brasil — no seu escritório num quartel de Colombo, capital do país —, o porta-voz das Forças Armadas do Sri Lanka é claro. “Não foi somente do Brasil, mas também de outros países que nos proveram com equipamentos, bombas”, diz o brigadeiro Udaya Nanayakkara. “Nós usamos contra os terroristas.”

Lados sanguinários
O conflito no Sri Lanka opôs o governo, representante dos interesses da maioria cingalesa — que equivale a 74% da população, majoritariamente budista —, e o grupo Tigres de Libertação do Tâmil Eelan (LTTE, na sigla em inglês), que defendia a criação de um estado autônomo no Norte do país para abrigar os 18% de tâmeis, quase todos hinduístas. A violência entre os dois grupos se agravou a partir de 1983, quando o LTTE emboscou e massacrou 13 soldados cingaleses, em Jaffna, no Norte. Como resposta, cingaleses do Sul saíram às ruas incendiando casas e assassinando centenas de tâmeis.

Os anos que se seguiram foram marcados por breves temporadas de cessar-fogo e longos períodos de enfrentamentos. Os dois lados usaram sequestros, torturas, execuções, desaparecimentos e perseguições como táticas de guerra. Corpos eram incinerados, jogados ao mar ou esquartejados em praça pública, para servirem como exemplo. Estima-se que entre 80 e 100 mil pessoas morreram por causa do embate. No livro Bandeiras Pálidas (Companhia das Letras), um romance baseado em fatos reais, o escritor Michael Ondaatje, nascido no Sri Lanka, escreveu: “A única esperança era que as partes em conflito terminassem por se destruir mutuamente”.

Não foi o que ocorreu. No fim de 2008, as Forças Armadas avançaram sobre cidades e vilarejos que eram total ou parcialmente controlados pelos separatistas. O governo ignorou apelos de países da Europa e de organismos internacionais por um cessar-fogo e no final de maio de 2009 anunciou a derrota do LTTE. Nesse momento, 250 mil pessoas estavam confinadas em campos de refugiados. O número equivale a 1,2% da população. É como se, no Brasil, todos os moradores do Acre, de Rondônia e de Roraima virassem refugiados. O porta-voz dos militares afirma que o governo fez questão de não causar vítimas civis na ofensiva. “Quando sabíamos que em alguma área havia civis, suspendíamos o fogo para eles saírem”, diz Nanayakkara. Não é o que indica uma incursão pelo Norte do país, mesmo meses depois do fim do conflito.

A cidade de Vavuniya, uma espécie de portal da região, permanece intocada, mas seus acessos são vigiados por centenas de soldados, a maioria deles protegidos por trincheiras. Ao seguir pela rodovia A-9, que corta o Norte do país, chega-se primeiro a uma barreira militar que exige autorização escrita de passagem, fornecida pelas Forças Armadas em Colombo. Cerca de 40km depois da barreira, começam a ser vistos os sinais dos bombardeios. Uma das raras igrejas cristãs da região perdeu o teto, casas tiveram aberturas e paredes destruídas nos ataques, muros foram derrubados.

Hospitais atingidos
É, no entanto, em Kilinochchi que aparecem as grandes marcas da ofensiva do governo. A cidade fica no meio do caminho entre Vavuniya e Jaffna, que no auge do movimento separatista chegou a funcionar como capital do estado autônomo. Cerca de 80% de todas as edificações de Kilinochchi mostram algum sinal dos bombardeios, e metade das moradias atingidas foi danificada a ponto de não poder mais ser habitada. Pequenos edifícios de dois andares ficaram sem a parte superior, e a caixa d’água da cidade foi derrubada e inutilizada. A cidade segue sob ocupação de militares, que tentam impedir visitantes de fotografarem os prédios destruídos.

O Hospital Geral de Kilinochchi improvisou instalações em uma escola de Ydayarkaddu para tratar dos feridos no confronto. As instalações foram bombardeadas no começo do ano passado. “Não deu tempo de tirar os doentes, e uns 50 morreram”, conta um morador da região, implorando, quase chorando, para não ser identificado, pois viu conhecidos sofrerem represálias por dar informações incômodas ao governo. O bombardeio matou também uma enfermeira e dois auxiliares. Pelo menos outros dois hospitais foram atacados na região, com dezenas de vítimas.

O nordeste do país, onde, como no norte, há predominância de tâmeis, também foi alvo da ofensiva. Nadrasa Sajithan, 14 anos, morador de Mullaithivu, aprendeu com traumas que tinha de se esconder durante os bombardeios. “Dois tios meus saíram do abrigo para ver a casa e a plantação de coco, e as bombas caíram sobre eles”, relata o adolescente.

A exemplo do governo, criticado por matar inocentes que não pertenciam ao grupo separatista, o LTTE também foi acusado pela Anistia Internacional, Human Rights Watch e ONU de crimes de guerra por usar moradores como escudos humanos. A ONU estima que mais de 7 mil civis tâmeis foram mortos na investida das Forças Armadas do Sri Lanka. Em um acampamento de refugiados nos arredores de Vavuniya, as irmãs Thamapalm Pushparani, Basaran Selvarani e Geeva Vijayarani contam que perderam os maridos e uma cunhada nos bombardeios. “A vida está difícil”, diz Pushparani. As três vendem farinha para alimentar os sete órfãos que as bombas produziram na família.

Silvas, pimenta e instabilidade

O Sri Lanka é um país tropical em forma de lágrima, quase encostado no extremo sul da Índia. De motoristas de táxis a escritores, muitos lá têm o sobrenome Silva, herança dos portugueses que chegaram em 1505, poucos anos depois de desembarcarem no Brasil, e saíram no século seguinte, sendo substituídos por holandeses e ingleses.

Só em 1948 o pequeno país — a área é pouco maior que a da Paraíba, mas a população equivale à de Minas Gerais — tornou-se independente e trocou o nome de Ceilão por Sri Lanka. Foi quando começaram a aparecer os problemas étnicos entre os povos tâmil e cingalês, ambos com línguas próprias e originários de partes distintas da Índia. Acusados de terem sido favorecidos pelos ingleses, tâmeis passaram a ser preteridos em empregos e vagas em instituições de ensino. Cingaleses afirmavam estar revertendo injustiças.

O movimento pela criação de um estado autônomo para os tâmeis começou nos anos 1970, mas a violência eclodiu na década seguinte. Em 2002, o governo de George Bush classificou o movimento como organização terrorista.

A guerrilha foi declarada extinta pelas Forças Armadas em maio do ano passado, mas isso não significa que o Sri Lanka seja um país estável. Ruas de Colombo, a capital, têm barricadas e há áreas do Norte onde só se entra com autorização das Forças Armadas. Cerca de 80 mil pessoas ainda vivem nos campos de refugiados. O presidente Mahinda Rajapaska foi reeleito em janeiro e, logo em seguida, prendeu seu opositor e dissolveu o Parlamento. O povo que assiste a isso tudo é pobre, gentil e adora comida apimentada. (SN)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

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14:27
06/05/2010

México, Cuba e Equador defendem fixação de prazos para desarmamento e fim de arsenais nucleares

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os representantes do México, do Equador e de Cuba na 8ª Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), em Nova York, defenderam hoje (5) que sejam intensificados os esforços para o desarmamento e o fim dos arsenais nucleares. Para os mexicanos, a Organização das Nações Unidas (ONU) deveria fixar um prazo para que isso ocorra, os equatorianos sugerem que os israelenses assinem o TNP e os cubanos recomendam que o limite para a conclusão das medidas seja 2025.

O representante do México na conferência, embaixador Claude Heller, apelou para que haja mais esforços com o objetivo de se cumprir as Metas do Milênio, aumentando a transparência de informações e as medidas que visam ao fim dos arsenais nucleares, além das decisões sobre a redução de emissões de gases – que contribuem para as alterações climáticas.

“O México apoia a criação de um sistema das Nações Unidas para acompanhar a fiscalização [que visa ao fim] de arsenais nucleares, sistemas de entrega, material atômico e despesas forças nucleares”, afirmou Heller.

O representante do Equador na conferência, embaixador Francisco Carrión Mena, pediu ao governo de Israel para aderir “o mais rápido possível” ao Tratado de Não Proliferação Nuclear. Para o equatoriano, é fundamental ainda que os israelenses e coreanos se disponham a colocar suas usinas sob o controle do sistema de salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). Segundo ele, a Índia e o Paquistão devem aderir ao acordo para estabelecer uma outra Zona Livre de Armas Nucleares no Sul da Ásia.

Carrión Mena apelou ainda para que seja estabelecida uma proibição total de testes nucleares e destacou a urgência de se conseguir a adesão universal ao pacto, incluindo os países que dispõem de armas nucleares.

O representante de Cuba na conferência, Pedro Núñez Mosquera, afirmou que o desarmamento nuclear é uma questão de “prioridade máxima”. Ele lamentou a lentidão dos progressos para a eliminação total dos arsenais. Segundo ele, não há mais espaço para “delongas ou desculpas que são inaceitáveis” para a não adoção das medidas.

O cubano sugeriu ainda a criação de uma Zona Livre de Armas Nucleares no Oriente Médio e disse que, para alcançar esse objetivo, Israel deve aderir ao TNP, e submeter as suas instalações nucleares a salvaguardas abrangentes da Aiea. As informações são das Nações Unidas e do jornal oficial cubano, o Granma.

Edição: Juliana Andrade

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Um-rastro-de-contaminacao-/

Um rastro de contaminação

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Notícia - 6 mai 2010
Exploração de urânio em Níger, na África, expõe população a níveis inaceitáveis de radiação. Danos ambientais e humanos estão em relatório recém lançado pelo Greenpeace.



A República do Níger, na África Saheliana, tem um dos menores índices de desenvolvimento humano do mundo. Seu território é praticamente todo formado por deserto e o país vive há anos num ciclo de pobreza extrema, violência e instabilidade política. Sua maior riqueza são suas jazidas de urânio. Mas agora, graças a uma investigação do Greenpeace, sabe-se que elas estão também virando uma grande maldição. O recém-lançado estudo Abandonados ao Pó – Legado Nuclear nos Desertos de Níger, revela, além da devastação provocada por anos de devastação da exploração, que há contaminação de humanos por radiação muito além dos níveis mundialmente aceitáveis.

O estudo é fruto de uma parceria do Greenpeace com o laboratório francês independente CRIIRAD e a ONG nigerina ROTAB. Desde o fim de 2009, pesquisadores medem níveis de radiação na água, ar e no solo nas cidades próximas às minas de urânio do país. Os dados reunidos em relatório mostram que a população de Níger respira, bebe e consome radiação muito acima do recomendado.

Assista ao vídeo:


Em 1971, presença do urânio em Níger chamou a atenção da AREVA, multinacional de origem francesa entre as maiores do mundo em produção de energia nuclear. Na época, a extração foi anunciada como um esforço de resgate de um país em miséria extrema. A verdade é que o começo desta história coincide com a insatisfação generalizada contra a extração de urânio e outras atividades devastadoras ligadas à geração de energia nuclear em solo europeu. Na África, a mineração podia ser realizada sem burocracias e a baixíssimo custo.

Para o solo, o ar, a água e a população de Níger, os custos, no entanto, foram altíssimos.

Nas cidades de Arlit e Akokan, construídas em função das duas grandes minas da AREVA, o cenário é devastador. Imensas nuvens de poeira causadas pelo detonar das minas chegam a tampar a visão. Testes realizados nesta região concluíram que quatro em cada cinco amostras de água apresentaram níveis de contaminação acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O mesmo valeu para os testes sobre a qualidade do ar. Uma hora de exposição à radiação do local, diz o estudo, extrapola a dose de contato recomendável para um ano inteiro.

O resultado são índices de doenças pulmonares duas vezes maiores do que no resto do país, além de maior incidência de defeitos congênitos e casos de câncer, principalmente leucemia. “O urânio tem tendência a se acumular nos ossos, justamente onde fica a medula. É lá que se desenvolve a leucemia. É muito difícil para o corpo eliminar este tipo de metal”, explica André Amaral, coordenador da Campanha de Energia Nuclear do Greenpeace.

No Brasil, caso semelhante também foi alvo de denúncia, primeiro do Greenpeace, depois do próprio Ministério Público. Após oito meses de investigação, foi encontrado urânio acima dos limites estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e a OMS na água de dois poços da cidade de Caetité, interior da Bahia. Os poços estão dentro da área de influência da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que faz a mineração e beneficiamento do urânio na região.

“As minas de urânio pelo mundo contabilizam problemas”, diz André Amaral. “A extração é perigosa, expõe a população a níveis inaceitáveis de radiação e é resultado de empresas e agências reguladoras que agem de forma irresponsável e leviana”, conclui.

Em Níger, a AREVA se declara amiga do meio ambiente, apesar dos chocantes níveis de contaminação comprovados. O Greenpeace cobra um estudo independente conduzido pela empresa e que, após comprovado o problema, empreenda-se um trabalho de limpeza e descontaminação do que ainda puder ser salvo.

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