domingo, 11 de janeiro de 2009

Folha de São Paulo, 11/01/09
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u488764.shtml
11/01/2009 - 16h19

Anistia Internacional pressiona Obama para fechamento de Guantánamo

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colaboração para a Folha Online
da France Presse e Efe

A Anistia Internacional (AI) pediu neste domingo, em Madri, na Espanha, para que o presidente eleito, Barack Obama, formule uma data e um plano para fechar em breve a prisão de Guantánamo.

Sergio Barrenechea/Efe
Ativistas organizam manifestação em frente a Embaixada dos Estados Unidos para pedir o fechamento do Guantánamo
Ativistas organizam manifestação em frente a Embaixada dos Estados Unidos para pedir o fechamento do Guantánamo

Diante da pressão, Obama afirmou que não acredita que poderá cumprir sua promessa de campanha de fechar a prisão da base de Guantánamo (Cuba) em seus primeiros 100 dias de governo, embora reiterou sua intenção de fazê-lo em algum momento.

"É muito mais difícil do que muita gente acredita", disse Obama em entrevista emitida neste domingo pelo canal ABC, interrogado sobre sua promessa de fechar a prisão, onde estão cerca de 250 suspeitos de terrorismo, a maioria sem julgamento, acusação nem acesso a advogados.

O pedido da AI foi formulado pela organização de Defesa dos Direitos Humanos em uma concentração diante da Embaixada dos Estados Unidos. Ao ato, compareceram cerca de 20 pessoas, que realizaram um protesto silencioso diante da sede diplomática americana por ocasião do sétimo aniversário da chegada do primeiro grupo de prisioneiros ao tribunal que os EUA têm em Cuba.

Quatorze ativistas da AI formaram primeiro a frase "Bye Guantánamo", com máscaras nas quais havia desenhado um sorriso, para depois perguntarem "¿Como? e Quando?".

O diretor da AI na Espanha, Esteban Beltrán, explicou aos jornalistas que, além de um plano e de uma data para desmantelar Guantánamo, a organização pediu a Obama que se envolva na criação de uma comissão internacional para investigar os abusos que os EUA cometeram na guerra contra o terror nos últimos sete anos.

"Não pode haver impunidade", disse Beltrán, que também afirmou que a AI se dirigiu ao próximo presidente dos EUA para pedir a ele uma ordem executiva que proíba a tortura e os maus tratos.

A Anistia Internacional também reivindicou ao governo espanhol e à União Europeia "proteção internacional" para os cerca de 50 prisioneiros de Guantánamo que, segundo os EUA, não estão acusados formalmente de nada "e não representam nenhum perigo".

Esteban afirmou ainda que os Governos europeus devem colaborar no fechamento da prisão dando proteção aos presos que não podem retornar para seus países de origem por terem as vidas colocadas em risco.

Segundo a AI, pela prisão de Guantánamo passaram nestes sete anos cerca de 800 prisioneiros, dos quais 520 foram colocados em liberdade, "a maioria sem acusações nem juízos posteriores", e apenas 26 foram levadas a tribunais militares dos EUA "em juízos injustos".

A organização estudou os casos de cerca de 500 presos e, deles, diz que apenas 5% foram detidos pelas forças americanas, enquanto a maioria das detenções foram realizadas pelo Paquistão e pela Aliança do norte do Afeganistão.

Segundo a AI, em Guantánamo há ainda cerca de 250 presos, dos quais 178 estão no campo número 6, onde as condições de detenção são piores e, pelo menos, passam 22 horas por dia em celas.

God save the queen

Folha de São Paulo, 10/01/09
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u488675.shtml
10/01/2009 - 22h37

Príncipe Harry pede desculpas por comentários racistas

da BBC Brasil

O príncipe Harry, terceiro na linha de sucessão do Reino Unido, pediu desculpas pelo uso de linguagem ofensiva ao descrever um membro de seu pelotão do exército em um vídeo filmado três anos atrás.

Segundo a edição deste domingo do jornal britânico "News of the World", o príncipe chamou um colega de "Paqui" --termo pejorativo usado para descrever paquistaneses no Reino Unido-- enquanto fingia fazer uma ligação telefônica para a rainha Elizabeth, sua avó.

David Cheskin/Reuters
Príncipe Harry, terceiro na linha de sucessão do Reino Unido, se desculpou por comentários
Príncipe Harry, terceiro na linha de sucessão do Reino Unido, se desculpou por comentários

Uma declaração do Palácio de St. James afirmou que os comentários foram feitos sem malícia, há três anos, descrevendo um amigo.

Em 2005, o príncipe Harry teve que pedir desculpas depois de usar uma suástica nazista em uma festa à fantasia, causando ofensas aos que foram vitimados pelo Holocausto.

O vídeo descrito pelo "News of the World" mostraria Harry como um oficial cadete na academia militar de Sandhurst.

Ele foi filmado em frente de outros cadetes no saguão de embarque de um aeroporto, enquanto os militares aguardavam um vôo para Chipre.

Segundo o jornal, o príncipe se referiu ao outro cadete como "nosso amiguinho paqui" e também teria usado um termo pejorativo para descrever outro oficial cadete de origem árabe --raghead que, em inglês, quer dizer algo como "alguém que usa um pano na cabeça".

O termo, normalmente, é usado para descrever combatentes iraquianos ou do Talebã.

Segundo a declaração do Palácio St. James, "o príncipe Harry entende totalmente o quão ofensivo este termo pode ser e está extremamente sentido por qualquer ofensa que suas palavras possam causar".

"Mas, nesta ocasião três anos atrás, o príncipe usou o termo sem malícia e como um apelido para um membro extremamente popular de seu pelotão." O palácio afirma que não houve qualquer intenção de ofender seu amigo.

Um porta-voz do Ministério da Defesa disse que "nem o Exército nem as Forças Armadas toleram comportamento inapropriado em qualquer forma".

"O exército leva todas as alegações de comportamento inapropriado muito a sério e todas as alegações substanciais são investigadas."

"Não estamos cientes de que nenhuma queixa tenha sido apresentada pelo indivíduo. Intimidação e racismo não são endêmicos nas Forças Armadas", afirma a declaração.