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11/01/2009 - 16h19
Anistia Internacional pressiona Obama para fechamento de Guantánamo
colaboração para a Folha Online
da France Presse e Efe
A Anistia Internacional (AI) pediu neste domingo, em Madri, na Espanha, para que o presidente eleito, Barack Obama, formule uma data e um plano para fechar em breve a prisão de Guantánamo.
Sergio Barrenechea/Efe |
Ativistas organizam manifestação em frente a Embaixada dos Estados Unidos para pedir o fechamento do Guantánamo |
Diante da pressão, Obama afirmou que não acredita que poderá cumprir sua promessa de campanha de fechar a prisão da base de Guantánamo (Cuba) em seus primeiros 100 dias de governo, embora reiterou sua intenção de fazê-lo em algum momento.
"É muito mais difícil do que muita gente acredita", disse Obama em entrevista emitida neste domingo pelo canal ABC, interrogado sobre sua promessa de fechar a prisão, onde estão cerca de 250 suspeitos de terrorismo, a maioria sem julgamento, acusação nem acesso a advogados.
O pedido da AI foi formulado pela organização de Defesa dos Direitos Humanos em uma concentração diante da Embaixada dos Estados Unidos. Ao ato, compareceram cerca de 20 pessoas, que realizaram um protesto silencioso diante da sede diplomática americana por ocasião do sétimo aniversário da chegada do primeiro grupo de prisioneiros ao tribunal que os EUA têm em Cuba.
Quatorze ativistas da AI formaram primeiro a frase "Bye Guantánamo", com máscaras nas quais havia desenhado um sorriso, para depois perguntarem "¿Como? e Quando?".
O diretor da AI na Espanha, Esteban Beltrán, explicou aos jornalistas que, além de um plano e de uma data para desmantelar Guantánamo, a organização pediu a Obama que se envolva na criação de uma comissão internacional para investigar os abusos que os EUA cometeram na guerra contra o terror nos últimos sete anos.
"Não pode haver impunidade", disse Beltrán, que também afirmou que a AI se dirigiu ao próximo presidente dos EUA para pedir a ele uma ordem executiva que proíba a tortura e os maus tratos.
A Anistia Internacional também reivindicou ao governo espanhol e à União Europeia "proteção internacional" para os cerca de 50 prisioneiros de Guantánamo que, segundo os EUA, não estão acusados formalmente de nada "e não representam nenhum perigo".
Esteban afirmou ainda que os Governos europeus devem colaborar no fechamento da prisão dando proteção aos presos que não podem retornar para seus países de origem por terem as vidas colocadas em risco.
Segundo a AI, pela prisão de Guantánamo passaram nestes sete anos cerca de 800 prisioneiros, dos quais 520 foram colocados em liberdade, "a maioria sem acusações nem juízos posteriores", e apenas 26 foram levadas a tribunais militares dos EUA "em juízos injustos".
A organização estudou os casos de cerca de 500 presos e, deles, diz que apenas 5% foram detidos pelas forças americanas, enquanto a maioria das detenções foram realizadas pelo Paquistão e pela Aliança do norte do Afeganistão.
Segundo a AI, em Guantánamo há ainda cerca de 250 presos, dos quais 178 estão no campo número 6, onde as condições de detenção são piores e, pelo menos, passam 22 horas por dia em celas.