segunda-feira, 25 de maio de 2009

"Quase tão ridículo quanto negar uma verdade evidente é realizar um grande esforço para defendê-la. E nenhuma verdade me parece mais evidente que a de que os animais são dotados de pensamento e razão, assim como os homens. Os argumentos neste caso são tão óbvios que não escapam nem aos mais estúpidos e ignorantes."
(HUME, David. Tratado da natureza humana. São Paulo: UNESP, 2001. p. 209)

domingo, 24 de maio de 2009

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u570731.shtml
24/05/2009 - 13h36

Brasileiros são os que mais gastam em cosméticos na América do Sul, diz pesquisa

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da Efe, em Santiago do Chile

O Brasil é o país da América do Sul que mais consome cosméticos e remédios que podem ser comprados sem receita, segundo um estudo da empresa de consultoria Euromonitor e do jornal chileno "Estrategia".

No caso dos cosméticos, a despesa anual média por habitante no Brasil é de US$ 116,20; no Chile, é de US$ 96,50, enquanto que na Argentina, chega a US$ 74,90.

Já em relação aos medicamentos sem receita, o brasileiro gasta anualmente em média US$ 27,20 nesse tipo de produto, mais do que o chileno (US$ 20,80) e que o argentino (US$ 19,30).

O Brasil também gasta mais em bebidas quentes (café, chás) -- US$ 31 em média por habitante ao ano, mais que os US$ 24,90 na Argentina, o segundo país com mais despesas nesse quesito.

Além do Brasil, o estudo inclui dados de Argentina, Chile, Colômbia e Peru.

Os argentinos lideram o consumo anual médio de alimentos frescos (US$ 429 por habitante), seguidos dos brasileiros (US$ 380,20).

O mesmo acontece em relação às despesas com eletrodomésticos, nas quais os vizinhos gastam US$ 103,10 por habitante contra US$ 51,30 no Brasil.

Os chilenos, por sua vez, são os que mais gastam com bebidas alcoólicas - US$ 233,90 contra US$ 226,20 no Brasil - e com tabaco e derivados - US$ 91,40, logo à frente dos argentinos, com US$ 55,10, e dos brasileiros, com US$ 41.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u570697.shtml
24/05/2009 - 10h53

Aversão a dar carona é maior no Itaim Bibi

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RICARDO SANGIOVANNI
da Folha de S.Paulo

Quem mora no Itaim Bibi considera os engarrafamentos o principal problema da região onde vive. Também, pudera: o distrito nobre da zona oeste de São Paulo, que atrai a maior quantidade de viagens de carro por dia, atrai também os motoristas com hábitos mais individualistas da capital paulista.

De cada cinco motoristas que têm o Itaim Bibi como destino diariamente (o que inclui quem mora no distrito), só um leva passageiro. É quase o dobro da média da cidade, que é de um motorista com acompanhante a cada dois carros, segundo a pesquisa Origem/Destino do Metrô, espécie de censo dos transportes.

Apontado por especialistas como agravante do caos do trânsito, o uso do automóvel quase sempre com ocupação mínima (chamado de "irracional" por alguns, já que o compartilhamento ajudaria a tirar carros da rua e melhorar o trânsito e a qualidade do ar) tem como protagonistas desde motoristas que não dão carona por convicção até quem nunca se ofereceu para levar o vizinho ou o colega simplesmente porque ignora para onde ele vai.

Os outros nove distritos que mais atraem carros por dia também fazem a média de caronas da cidade comer poeira.

Junto com o Itaim, Pinheiros, Jardim Paulista e Perdizes, na zona oeste, e Vila Mariana, Saúde, Moema, e Santo Amaro, na região sul, formam a "mancha" do individualismo no trânsito no mapa da cidade.

Os "ingredientes" para atrair carros são mais ou menos os mesmos: são de classe média alta, ficam na região central, têm alta concentração de carros por família e grande densidade de prédios altos.

Nesses distritos a quantidade de viagens atraídas por dia supera 100 mil e, em geral, só um a cada três motoristas leva passageiro. A exceção é Perdizes, que com Sacomã (sul) e Santana (único da zona norte) completa o "top 10" do individualismo --a média nos três é de uma carona a cada dois carros.

Conversa fiada

"Dar carona para ajudar a melhorar o trânsito é conversa fiada. É como vestir camisa branca para protestar contra a violência: não resolve nada", diz o comerciante Gilberto Giusepone, 61, que trabalha no Itaim Bibi, onde chega de carro sozinho todos os dias. "O que ajuda a diminuir o trânsito é mais metrô, linhas de ônibus mais inteligentes e menos ruas usadas como estacionamento."

Dona de um consultório no mesmo centro empresarial onde Giusepone trabalha, a médica Regina Messina, 38, até costuma dar carona. Mas só para os amiguinhos de escola de seus dois filhos de 9 e 7 anos --o restante das atividades ela faz "sozinha mesmo".

"Tenho carro e tenho onde estacionar. Então, nem cogito [pegar carona]", diz ela, que mora nos Jardins (oeste), a 4,5 km (a 12 minutos de carro) do trabalho. Na casa, são dois carros: um dela, outro do marido.

O centro empresarial onde a médica e o comerciante trabalham recebe 2.000 carros por dia. Em 30 minutos, na manhã de quarta-feira, de 36 veículos que passaram por uma das entradas do estacionamento, só cinco levavam passageiros.

Regina diz que não se incomodaria em levar um vizinho ou um colega de trabalho se os locais onde mora e frequenta criassem algum projeto de incentivo à carona solidária -algo que, porém, diz jamais ter visto. Ir de carona ou de transporte público? Jamais. "A comodidade [de andar de carro] é muito atraente", confessa.