domingo, 6 de setembro de 2009

"Enquanto os professores não dedicam atenção mesmo à minha ética, persiste nas universidades o princípio moral kantiano, e entre suas várias formas a mais popular no momento é a da 'dignidade do homem'. Já expus a sua vacuidade em meu ensaio sobre o fundamento da moral (...) Se de um modo geral questionássemos em que se baseia esta pretensa dignidade do homem, a resposta em resumo seria que é sobre sua moralidade.

Por isso, desejo, em oposição à forma referida do princípio moral kantiano, estabelecer a seguinte regra: com cada pessoa com que tenhamos contato, não empreendamos uma valorização objetiva da mesma conforme valor e dignidade, não consideremos portanto a maldade da sua vontade, nem a limitação do seu entendimento, e a incorreção dos seus conceitos, porque o primeiro poderia facilmente ocasionar ódio, e a última, desprezo; mas observemos somente seus sofrimentos, suas necessidades, seu medo, suas dores. Assim, sempre teremos com ela parentesco, simpatia e, em lugar do ódio ou do desprezo, aquela compaixão que unicamente forma a ágape pregada pelo evangelho. Para não permitir o ódio e o desprezo contra a pessoa, a única adequada não é a busca de sua pretensa 'dignidade', mas, ao contrário, a posição de compaixão."

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