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Michael Moore critica bancos e empresas em seu novo filme
da Efe, em Veneza
O diretor americano Michael Moore voltou a mostrar seu lado mais ácido neste domingo, no Festival de Cinema de Veneza, com "Capitalism: A Love Story" ("Capitalismo, uma História de Amor", em tradução livre), novo documentário no qual critica, em um momento fácil de crise econômica, os bancos e as empresas multinacionais.
Moore foi recebido em meio a aplausos na sala de imprensa, onde se mostrou mais comedido do que o habitual, e, em seu curto comparecimento, apenas criticou "esse líder louco que há na Itália", em provável referência ao premiê Silvio Berlusconi, e alertou os europeus do risco de imitar os Estados Unidos.
Tony Gentile/Reuters |
O diretor Michael Moore posa na exibição de seu novo "Capitalism" no Festival de Veneza |
"Este filme é muito relevante para a Europa. Vocês estão experimentando o resultado do colapso econômico, que não é só nos EUA", disse Moore. Já que, para o americano, esse documentário é um exemplo dos danos sofridos pelo país devido ao capitalismo selvagem, "quanto mais tentarem se comportar como nós, mais difícil será para suas sociedades".
Esses efeitos do capitalismo levaram à ruína muitas famílias americanas, como reflete Moore no documentário, no qual culpa pela situação atual os ex-presidentes americanos George W. Bush (2001-2009) e Ronald Reagan (1981-1989), as multinacionais, os bancos e todos os que enriqueceram às custas dos outros.
O documentário é fiel ao estilo de Moore, com uma estrutura narrativa quase inexistente e com os golpes de efeito que cada vez se parecem mais os dos programas de televisão de câmera escondida.
Moore se alimenta dos testemunhos das pessoas que caíram em desgraça em seu país para criticar o sistema capitalista, as que perderam suas casas ou que viram a morte de seus entes queridos redundar em lucro para as empresas para as quais trabalhavam através de apólices de seguros irregulares.
Algo fácil de fazer em uma situação como a atual e após os escândalos financeiros que sacudiram o mundo e que permite que Moore se concentre em bancos como o Lehman Brothers ou Citibank, e empresas como a General Motors, alguns dos nomes mais ligados à atual crise econômica.
Tudo com as táticas frequentes dos seus documentários, que dão lugar a situações bastante cômicas --e um tanto repetitivas--, cada vez que tenta entrar em um edifício ou se reunir com um dos responsáveis bancários ou empresariais que critica. Apesar de tudo, o documentário é ágil e se deixa ver com facilidade, além de conter um bom punhado de verdades que parecem ameaçar o "sonho americano".
No entanto, Moore disse em entrevista que o bom do sonho americano é que os americanos acreditam muito em seu país e têm fé na Justiça e na democracia. "Há três ou quatro anos, se alguém tivesse dito que um afro-americano seria presidente, não teria acreditado", disse. O fato de Barack Obama estar no poder mostra "a capacidade dos americanos, mas também das pessoas de todo o mundo" para conseguir mudar as coisas, acrescentou.
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