http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1102200816.htm
DITADURA
Argentina prende militares que mataram guerrilheiros em 1972
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
A Justiça argentina também ordenou a captura de outros três ex-membros da Marinha: dois não foram encontrados, e o terceiro está nos Estados Unidos, mas deve voltar ao país amanhã.
Foram presos Rubén Norberto Paccagnini, 81, que era chefe da base naval Almirante Zar, onde ocorreu o crime, em Trelew (1.450 km ao sul de Buenos Aires), e Emilio Jorge Del Real, 73, então capitão-de-fragata, que teria estado no local do massacre.
Testemunhas, no entanto, apontam que os principais responsáveis pelos assassinatos seriam o capitão Luis Emilio Sosa e o tenente Roberto Guillermo Bravo, não localizados.
O massacre de Trelew aconteceu no fim da ditadura militar instalada em 1966, após uma fuga fracassada da cadeia de Rawson de guerrilheiros dos grupos Montoneros, ERP e FAR. Após perderem um avião que os levaria ao Chile, mas que partiu com apenas seis de seus líderes, os 19 guerrilheiros se entregaram e foram fuzilados. Pela versão oficial, eles teriam sido mortos após nova tentativa de fuga.
O juiz Hugo Sastre, responsável pela decisão, enquadrou o caso como delito de lesa-humanidade, como os demais praticados durante a última ditadura. Dessa forma, os crimes não prescreveram. Os ex-integrantes da Marinha serão levados à mesma prisão de onde os guerrilheiros tentaram fugir.
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