Ocupação do MST em Santa Catarina é alvo de pistoleiros
Na madrugada do dia 30 de Janeiro, cerca de 50 famílias sem terra do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), ocuparam um latifúndio de cerca de 900 hectares na área rural do município de Taió, interior de Santa Catarina. Porém, durante a ocupação, as famílias foram surpreendidas por um ataque dos pistoleiros (jagunços) da região.
A reação dos jagunços resultou na formação de dois grupos de sem terras: uma parte impedida de entrar e a outra dos que conseguiram instalar-se no local. O segundo grupo foi alvo de disparos de arma de fogo e ameaças. Essa situação tensa durou três dias, apesar da Polícia Militar ter sido chamada - pelo movimento-, sua primeira reação foi de se retirar a pedido do fazendeiro e somente regressando posteriomente para montar um acampamento juntamente com os jagunços para bloquear todo tipo de apoio aos sem terra: alimentos, água, lona para o acampamento, ajuda de outros sem terras, etc.
No dia 2 de Fevereiro, com a ajuda do bispo da Comissão da Pastoral da Terra (CPT), as famílias instaladas foram transladadas ao lado de uma igreja construída no local. Agora, o movimento aguarda até o dia 10, para quando está marcada o julgamento da reintegração de posse.
Apesar da propriedade ocupada pertencer a uma poderosa família de Taió, a qual possui milhares de hectares de terras na região, ela foi legalmente desapropriada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). A ação do MST representa nesse sentido uma forma de pressão para o avanço da reforma agrária na região.
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