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06/02/2008
Band veta beijo lésbico no Carnaval de Salvador
SÉRGIO RIPARDO
Editor de Ilustrada da Folha Online
Um repórter da Band foi acusado de censurar um beijo lésbico durante a cobertura do Carnaval em Salvador (BA). A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais flagrou a cena e pediu "providências" à emissora, que ainda não se manifestou sobre o caso.
A carta de Toni Reis, presidente da ABGLT, foi enviada a três diretores do canal (Elisabetta Zenatti, direção geral de programação e artístico, Fernando Mitre, direção nacional de jornalismo e Marcelo Mainardi, direção executiva comercial).
A associação relata que, na última segunda-feira, por volta das 17h45, o repórter Érico Aires impediu duas mulheres de se beijarem, diante das câmeras, em transmissão ao vivo.
Era uma ação de merchandising da marca de creme dental Close-Up. Casais deveriam se beijar para ganhar kits promocionais. Dois casais heterossexuais já estavam se beijando quando as duas mulheres começaram a se aproximar.
"O repórter, então, apresentou descontrole e gritou: 'Duas mulheres, não. Mulher com mulher, não. Beijar mulher e mulher, não'. Com o desconforto da situação, surgiu uma voz em off, encerrando o quadro, mas ainda foi possível ouvir o rapaz dizer 'vou arrumar dois homens para vocês'", relata Reis, em sua carta enviada à Band.
Na opinião do militante, é "inadmissível que uma emissora do porte da Bandeirantes apresente tal atitude discriminatória", principalmente no ano em que o Brasil realiza sua 1ª Conferência Nacional GLBT, convocada pelo presidente da República.
A Folha Online procurou a assessoria da Band e pediu um comentário sobre a carta da ABGLT, mas ainda não recebeu uma resposta.
Daia Oliver/Folha Online | ||
Com piercing na língua, meninas se beijam em festa. "Guia GLS São Paulo" traz atrações para público lésbico |
Big Brother
Enquanto a Band veta beijo entre duas mulheres, no "Big Brother Brasil", o preconceito contra as lésbicas é discutido pelos participantes. Já se especulou que haveria uma lésbica no programa, mas até o momento ela não saiu do armário.
"As pessoas aceitam com mais facilidade a homossexualidade dos homens do que a das mulheres. É mais difícil pensar em mulher homossexual, sem relacionar com a imagem da caminhoneira" disse a professora de inglês Thatiana em conversa com o médico Marcelo, gay assumido.
Bianca, que no começo do "BBB 8" foi alvo de boatos de que seria lésbica, também comentou o assunto. "É mais fácil conhecermos homens gays do que mulheres que assumam a homossexualidade."
Especial
Sérgio Ripardo é editor de Ilustrada da Folha Online desde maio de 2005. Está na Folha desde janeiro de 2000. Foi repórter do extinto caderno Agrofolha e do FolhaNews, onde cobriu mercado financeiro. Escreve Destaques GLS às quartas. E-mail: sergio.ripardo@folha.com.br. |
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