sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

BBC Brasil, 11/01/08
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/01/080111_tarsocondor.shtml
Tarso Genro admite processo contra acusados da Operação Condor

Tarso Genro (Foto de arquivo: Elza Fiúza/ABr)
Tarso Genro disse aguardar a chegada dos pedidos de prisão
O ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu em Lisboa que os brasileiros apontados como participantes da Operação Condor poderão ser acusados no Brasil.

Juízes de dois países, Espanha e Itália, pediram a prisão de militares brasileiros por participarem da operação, mas a Constituição não permite que brasileiros sejam enviados para julgamento em outros países.

Tarso disse que espera pela chegada dos pedidos da Justiça desses países para ver o que vai fazer: "Quando tiver os elementos em mãos posso decidir se vou pedir a abertura de um inquérito, se será feita uma denúncia imediatamente ou se não há elementos para isso."

A operação consistia na cooperação entre as forças repressivas durante as ditaduras do Brasil, da Argentina e do Chile e incluía a detenção e entrega extrajudicial de pessoas consideradas subversivas aos outros participantes.

Segundo os pedidos de prisão, cidadãos espanhóis e italianos estavam entre as pessoas entregues pelos militares brasileiros, o que fez com que a Justiça nesses países fosse acionada.

Questionado se o julgamento não iria ferir suscetibilidades nos meios militares brasileiros, o ministro respondeu: "Tem a sensibilidade dos militares mas também tem a sensibilidade das famílias dos mortos e a sensibilidade dos que consideram que a tortura não prescreve."

No ano passado, Tarso Genro tinha conversado com o juiz espanhol Baltazar Garzón, que dirige o inquérito, a quem definiu como amigo. "Confirmo que estive com ele no ano passado e ele disse que estava realizando a investigação sobre a Operação Condor".

Polícias

O ministro está em Portugal para uma visita de cinco dias em que vai se encontrar com os ministros portugueses do Interior e da Justiça, além do presidente da República Portuguesa e o diretor da Polícia Judiciária – equivalente à Polícia Federal brasileira.

Entre os temas em discussão estão a cooperação para a formação de polícias e o reconhecimento mútuo de sentenças do foro cível – até agora apenas as sentenças do âmbito criminal são reconhecidas.

Na sexta-feira, ele também terá um encontro com a mais antiga associação de imigrantes brasileiros, a Casa do Brasil de Lisboa.

Tarso Genro disse ainda que fará perguntas ao ministro da Justiça português sobre a situação da brasileira Ana Virgínia Moraes Sardinha.

"Temos informações de uma familiar dela de que ela foi vítima de violência policial e pretendemos saber o que o governo português tem a dizer a respeito", afirmou o ministro brasileiro.

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, em reunião em La Paz em 6 de novembro de 2007 Gás da Bolívia
Depois do mercado interno, prioridade é o Brasil, diz ministro.
Petrobras Energia
Brasil e Bolívia vão assinar novo acordo energético.
Petrobras Energia
Bolívia não tem gás para suprir demanda interna.

Nenhum comentário: