Direção perigosa
Promotora com 92 pontos na CNH continua ao volante
A promotora do Juizado de Falências e Concordatas de Curitiba, Lais Letchacovski, está proibida de dirigir desde dezembro de 2005. Lais tem acumulado 92 pontos na carteira de habilitação — quase cinco vezes o limite (20 pontos) permitido pelo Código Brasileiro de Trânsito. Mesmo assim, o veículo que a promotora dirigia se envolveu num acidente na BR-277. As informações são do jornal Gazeta do Povo, de Curitiba.
As irregularidades não param por aí. O veículo dirigido pela promotora não poderia estar rodando nas ruas. Lais deve quase R$ 1,5 mil em multas. São 21 infrações, sendo quatro gravíssimas. As multas, segundo reportagem do Paraná TV, da RPC TV, retransmissora da TV Globo no estado, são por avançar sinal vermelho, excesso de velocidade, desobedecer as normas de segurança no transporte de crianças, além de falar ao celular.
A lei de trânsito prevê que, dependendo da gravidade da infração ou do número de pontos alcançados em um ano, a carteira de habilitação é suspensa e o motorista só pode retomar a direção após o curso de reciclagem.
Todas essas irregularidades só vieram à tona depois que o veículo que a promotora dirigia, de forma irregular, se envolveu num acidente na BR-277. A Polícia Rodoviária Estadual, que prestou atendimento, informou que ao chegar no local, a promotora tinha se “evadido”. Sua identidade só foi conhecida minutos depois, quando seu carro apresentou uma pane mecânica e ela foi obrigada a parar — oito km à frente. O carro está apreendido no pátio da PRE.
A promotora foi procurada pela reportagem do Paraná TV e disse que deixou o local antes da chegada da Polícia Rodoviária porque não foi responsável pelo acidente — que envolveu um caminhão e um outro veículo. Além disso alegou que uma das irmãs passava mal e precisava de atendimento médico.
Em nota, Lais afirmou ainda que quando foi obrigada a parar na rodovia, por causa da pane, ela chamou a concessionária Rodonorte, que administra o trecho, e aguardou a chegada da PRE para fazer os trâmites legais. Alegou também que no dia-a-dia usa motorista particular e que só estava dirigindo na estrada porque se tratava de uma situação de emergência. A promotora termina a nota dizendo que neste mês deve fazer um curso de reciclagem para regularizar a situação no Detran-PR.
Revista Consultor Jurídico, 16 de janeiro de 2008
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